A Cultura Gramadense está de luto!
Faleceu essa semana o tradicionalista Nailor Balzaretti, vítima de acidente de trânsito.
Como forma de homenagear esse grande gramadense, que participou ativamente do movimento tradicionalista em Gramado, da organização da Festa da Colônia e atuou em outras esferas sociais, reproduzimos o texto publicado pela historiadora Marília Daros, publicado na gramadosite.com.
TEXTO: MARÍLIA DAROS
Homenagem ao velho amigo NAILOR NILTON BALZARETTI,
da Gramado inesquecível de nossas vidas.
Somos únicos, insubstituíveis. E o que deixamos para os nossos netos, bisnetos e demais descendentes, é o que fizemos em vida. Ele, certamente, sempre será um grande exemplo.
da Gramado inesquecível de nossas vidas.
Somos únicos, insubstituíveis. E o que deixamos para os nossos netos, bisnetos e demais descendentes, é o que fizemos em vida. Ele, certamente, sempre será um grande exemplo.
Quando era pequena escutava dos meus pais e professores esta advertência que foi comum em muitas gerações :
- “Não faça isto ! É feio !...”
Entendo agora que esta era uma forma de garantir que sempre fossemos éticos conosco e nossos semelhantes. Uma forma de ensinar a não violência, o cuidado, o respeito, a verdade, a moral, qualidade de atitudes e sentimentos, preservando os valores que no decorrer dos tempos, haviam sido usados pelos antepassados.
“A verdade é que era bonita !”
A identidade, a clareza dos atos, a educação, a amizade, a cordialidade, o civismo. A beleza estava nos olhos da alma, no carinho do coração, nos afetos dos gestos. E procurávamos esta elegância comportamental que nos garantia um relacionamento saudável diante de pessoas de mais idade, de autoridades, de jovens colegas, de religiosos, de crianças menores que a gente...
“E isto era bonito !”
Mas o tempo foi se encarregando de mudar estes valores ou, de , ao menos, transformá-los em valores ditos “caretas”... O jovem de hoje , em sua maioria, detesta ser taxado de “careta” e busca massificar-se, deixando de lado estas formas mais polidas de convivência. Eu seria antiquada se quisesse que fosse tudo como “no meu tempo”, mas também seria deselegante para com o passado ,se dissesse que mudamos para melhor.
O “poder que o poder tem de apagar a memória coletiva” tem sido um dos responsáveis pelas mudanças drásticas nos jovens, pois eles estão aprendendo que a vida abre as portas para os que não batem educadamente e pedem licença para entrar, mas, aos que vão entrando, simplesmente, passando inclusive, outros para trás...
Aprendem hoje, que o companheirismo é sinônimo de partidarismo, e que a amizade tem preço tabelado. Aprendem a ter orgulho em não dividir o sucesso. Aprendem a dispensar a cultura pois ela atrapalha os caminhos do crescimento ambicioso. Aprendem a rejeitar a submissão da educação e a cometer os mesmos desmandos que recebem quando não fazem o que os outros querem...
Se o sucesso hoje, precisa abandonar tanto os valores éticos que a filosofia ensina, que a moral aprova e que a fé agrega para sermos “bons”, então, vamos ter que revisitar o velho retrato de família e ver se nossos avós tinham o famoso “fio de bigade”... Aquele que faz a “palavra” ser honesta e companheira da verdade. E se este “bigode” existir, cumprirmos com os sonhos deles para conosco, como queremos que o nosso futuro aceite os nossos projetos de agora. Caso contrário, os poderes dos homens apagarão os poderes da memória, mas não matarão a verdade: somos hoje um bando de esquecidos que buscamos o nosso próprio esquecimento.
Um dos homens que conheci que mais se apegaram aos valores aprendidos no convívio familiar e nos bancos escolares, certamente foi o compadre e amigo, Nailor Balzaretti. Convivi com a família toda. Seu Euzébio, dona Julieta, Eunice, Flávio. Minha juventude foi uma grande parceria com o entrelaçamento de nossas formas de ser a ver a vida. Nailor, como o mais velho, era o exemplo. E acreditem, ele ainda hoje era visto como exemplo. Se nos anos 50 e 60 ele representava a responsabilidade do irmão mais velho, hoje, ele era a pura representação da amizade que acontece quando o amor familiar supera o tempo e quando os valores adquiridos dos antepassados, são preservados e vivenciados.
Sua alegria diante da vida, sua devoção a cultura, especialmente a gaúcha, sua paixão pelos microfones, suas falas desprovidas de bajulações, mas com conhecimento e conteúdo, sempre fizeram diferença. Diferente de seu pai, um homem mais tranqüilo e arisco aos discursos e palanques, Nailor trazia no sangue a marca da velha avó professora, Ema Ferreira Bastos, que tão grande valor educacional representou para Gramado.
“Dôi”, como aprendi a chamá-lo, deixa um rastro de exemplos. Muitos. Como os da não violência, do cuidado, do respeito, da verdade, da moral, da qualidade de atitudes e sentimentos e ainda, da preservação dos valores cristãos que devem fazer parte do homem maduro e dos jovens de hoje em dia. Um amigo, um homem simples, um patriota, um cidadão, um cristão.
Se nos queixamos que a vida leva os bons, esta é uma forma de dizer que, nascemos todos iguais. Mas somos nós que escolhemos o caminho que vamos trilhar. E se temos um tempo nesta vida para sermos bons ou ruins, depende de nós esta opção.
Certamente, o Nailor escolheu ser bom. E certamente, se a memória existe, e eu acredito piamente nisto, ele não será esquecido.
Somos únicos, insubstituíveis. E o que deixamos para os nossos netos, bisnetos e demais descendentes, é o que fizemos em vida. E os descendentes do Nailor terão um grande exemplo e um grande orgulho neste homem público que não foi político, mas que fez a sua parte, muito bem feita, na história de nossa terra.
Que ele descanse em paz.
- “Não faça isto ! É feio !...”
Entendo agora que esta era uma forma de garantir que sempre fossemos éticos conosco e nossos semelhantes. Uma forma de ensinar a não violência, o cuidado, o respeito, a verdade, a moral, qualidade de atitudes e sentimentos, preservando os valores que no decorrer dos tempos, haviam sido usados pelos antepassados.
“A verdade é que era bonita !”
A identidade, a clareza dos atos, a educação, a amizade, a cordialidade, o civismo. A beleza estava nos olhos da alma, no carinho do coração, nos afetos dos gestos. E procurávamos esta elegância comportamental que nos garantia um relacionamento saudável diante de pessoas de mais idade, de autoridades, de jovens colegas, de religiosos, de crianças menores que a gente...
“E isto era bonito !”
Mas o tempo foi se encarregando de mudar estes valores ou, de , ao menos, transformá-los em valores ditos “caretas”... O jovem de hoje , em sua maioria, detesta ser taxado de “careta” e busca massificar-se, deixando de lado estas formas mais polidas de convivência. Eu seria antiquada se quisesse que fosse tudo como “no meu tempo”, mas também seria deselegante para com o passado ,se dissesse que mudamos para melhor.
O “poder que o poder tem de apagar a memória coletiva” tem sido um dos responsáveis pelas mudanças drásticas nos jovens, pois eles estão aprendendo que a vida abre as portas para os que não batem educadamente e pedem licença para entrar, mas, aos que vão entrando, simplesmente, passando inclusive, outros para trás...
Aprendem hoje, que o companheirismo é sinônimo de partidarismo, e que a amizade tem preço tabelado. Aprendem a ter orgulho em não dividir o sucesso. Aprendem a dispensar a cultura pois ela atrapalha os caminhos do crescimento ambicioso. Aprendem a rejeitar a submissão da educação e a cometer os mesmos desmandos que recebem quando não fazem o que os outros querem...
Se o sucesso hoje, precisa abandonar tanto os valores éticos que a filosofia ensina, que a moral aprova e que a fé agrega para sermos “bons”, então, vamos ter que revisitar o velho retrato de família e ver se nossos avós tinham o famoso “fio de bigade”... Aquele que faz a “palavra” ser honesta e companheira da verdade. E se este “bigode” existir, cumprirmos com os sonhos deles para conosco, como queremos que o nosso futuro aceite os nossos projetos de agora. Caso contrário, os poderes dos homens apagarão os poderes da memória, mas não matarão a verdade: somos hoje um bando de esquecidos que buscamos o nosso próprio esquecimento.
Um dos homens que conheci que mais se apegaram aos valores aprendidos no convívio familiar e nos bancos escolares, certamente foi o compadre e amigo, Nailor Balzaretti. Convivi com a família toda. Seu Euzébio, dona Julieta, Eunice, Flávio. Minha juventude foi uma grande parceria com o entrelaçamento de nossas formas de ser a ver a vida. Nailor, como o mais velho, era o exemplo. E acreditem, ele ainda hoje era visto como exemplo. Se nos anos 50 e 60 ele representava a responsabilidade do irmão mais velho, hoje, ele era a pura representação da amizade que acontece quando o amor familiar supera o tempo e quando os valores adquiridos dos antepassados, são preservados e vivenciados.
Sua alegria diante da vida, sua devoção a cultura, especialmente a gaúcha, sua paixão pelos microfones, suas falas desprovidas de bajulações, mas com conhecimento e conteúdo, sempre fizeram diferença. Diferente de seu pai, um homem mais tranqüilo e arisco aos discursos e palanques, Nailor trazia no sangue a marca da velha avó professora, Ema Ferreira Bastos, que tão grande valor educacional representou para Gramado.
“Dôi”, como aprendi a chamá-lo, deixa um rastro de exemplos. Muitos. Como os da não violência, do cuidado, do respeito, da verdade, da moral, da qualidade de atitudes e sentimentos e ainda, da preservação dos valores cristãos que devem fazer parte do homem maduro e dos jovens de hoje em dia. Um amigo, um homem simples, um patriota, um cidadão, um cristão.
Se nos queixamos que a vida leva os bons, esta é uma forma de dizer que, nascemos todos iguais. Mas somos nós que escolhemos o caminho que vamos trilhar. E se temos um tempo nesta vida para sermos bons ou ruins, depende de nós esta opção.
Certamente, o Nailor escolheu ser bom. E certamente, se a memória existe, e eu acredito piamente nisto, ele não será esquecido.
Somos únicos, insubstituíveis. E o que deixamos para os nossos netos, bisnetos e demais descendentes, é o que fizemos em vida. E os descendentes do Nailor terão um grande exemplo e um grande orgulho neste homem público que não foi político, mas que fez a sua parte, muito bem feita, na história de nossa terra.
Que ele descanse em paz.
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