Deficiente visual conta história em Braille para crianças em vulnerabilidade social

Por Ricardo Bertolucci Reginato

12/07/2012

Na ponta dos dedos Marcelo Lechner da Silva enxerga o mundo. Deficiente visual desde muito pequeno, o jovem de 25 anos, que cursa o sétimo semestre de Direito na UCS- Canela, tem vida independente, lê em braille, trabalha, anda por todos os lados munido de sua bengala, e realiza diversas atividades banais de forma independente. Para contar um pouco de sua história de vida, repleta de superação, na tarde da última segunda-feira (09) o deficiente visual , o deficiente visual esteve reunido com alunos da Associação Brilho do Sol, na Biblioteca Municipal Cyro Martins. A vida de Marcelo Lechner da Silva rende muitas histórias, pois logo após o seu nascimento prematuro, acabou tendo complicações e perdeu a visão, porém, isso não foi impedimento para o jovem, que ainda aos seis anos rumou para Caxias do Sul onde estudou em uma escola especial para deficientes visuais. Lá aprendeu a ler em braille (sistema de leitura com o tato para cegos), a andar com a bengala, e também teve aulas de AVD – Atividades da Vida Diária, que ensinaram a Marcelo como realizar diversas atividades como arrumar as próprias roupas e cozinhar. “Graças a essas aulas, hoje tenho uma vida normal e independente”, conta. Foi um pouco dessa história que Marcelo transferiu aos alunos da Associação Brilho do Sol, formada por crianças do primeiro ano do ensino fundamental que estão em situação de vulnerabilidade social. Além de contar sua história, Marcelo também leu uma historinha inteira em braile para os alunos que demonstraram todo o interesse da infância em aprender novidades e prestaram muita atenção. Além de Marcelo, o músico Alan John Lino também participou da atividade, e ao som de seu violino animou a criançada interpretando clássicos da música mundial, como Bach.