A Antiga Casa Colonial
A antiga casa colonial, com arquitetura típica da colonização italiana na região serrana do estado do Rio Grande do Sul, possui mais de 100 anos (ano aproximado do início da construção: 1910) e constitui-se como um exemplar raro de construção, de grande valor histórico e de imensurável importância cultural, caracterizando-se como um bem material que mantém viva a identidade da comunidade gramadense.
A casa é composta por madeiras inteiriças de pinheiro nativo da Serra Gaúcha (Araucária Angustifolia), telhas de barro de forma antiga e juntas de madeira de pinheiro.
O imóvel teve como primeiro dono o Sr. Sereno Brombatti, sendo adquirida posteriormente por Augusto Reck, que a reconstruiu para fins comerciais. Tempos depois a casa foi adquirida por Marino e Aurélio Calgaro, que mantiveram o antigo armazém colonial. Após alguns anos a casa foi adquirida pelo Sr. Alcino Scariot, que a utilizava como residência.
A Casa Colonial estava originalmente instalada na localidade de Arroio Forquilha, zona rural de Gramado, próximo à Ponte do Raposo, divisa com o município de Caxias do Sul.
Atualmente a antiga Casa Colonial está instalada junto ao Centro de Eventos da ExpoGramado, integrando o complexo da Festa da Colônia.
Devido à depreciação dos materiais que a formavam originalmente, não foi possível a reconstrução da mesma, sendo então realizada uma releitura da arquitetura empregada na sua construção nos idos da década de 1910, mantendo algumas de suas características históricas.
Projeto Abrindo o Baú
Resgate das Raízes de Gramado
Na antiga Casa Colonial, a Subsecretaria Municipal de Cultura de Gramado, em parceria com a Festa da Colônia e a empresa Famastil Ferramentas, desenvolve o Projeto Abrindo o Baú, que tem por objetivo principal o resgate das raízes de Gramado.
Através de entrevistas ao vivo com antigos moradores das localidades do interior do município de Gramado, as crianças aprendem sobre a arquitetura colonial, os costumes, a religiosidade, a gastronomia, o folclore, a agricultura e a pecuária, a educação, as tradições, o modo de vida e outros aspectos do passado.
Os antigos moradores das nossas colônias relatam como eram seus cotidianos, as dificuldades financeiras da época, as lembranças e reminiscencias de um tempo que não volta mais.
A nostalgia e as belas recordações reavivadas pelos entrevistados costumam emocionar os alunos, que traçam paralelos entre o passado, o presente e o futuro da nossa Gramado.
O relato de histórias tristes, alegres, cômicas e trágicas; os costumes que se perderam no tempo; a chegada do progresso; as tradições; as diferenças entre o hoje e o ontem. Abrindo o baú da nossa memória, o projeto oferece, através de depoimentos legítimos e que não foram registrados pela História Oficial, um panorama emocionante e cheio de detalhes e peculiaridades sobre a evolução de Gramado e os elementos formadores da identidade cultural do nosso povo, alguns ainda remanescentes nas novas gerações que integram atualmente a nossa comunidade.
Os relacionamentos afetivos, a história e as estórias, as antigas lendas, as boas e más lembranças,o legado deixado pelos imigrantes alemães, italianos e portugueses que povoaram a nossa região; tudo isso vem à tona no Abrindo o Baú, proporcionando um confronto natural entre o antigo e o novo e transmitindo o conhecimento dos mais velhos às nossas crianças, estimulando o resgate da memória da nossa comunidade e valorizando aqueles que contribuíram para que Gramado chegasse ao patamar que hoje se encontra – um dos maiores pólos turísticos do Brasil.
Todas as entrevistas são filmadas, e o material registrado integra o Acervo de Memória Oral da Subsecretaria de Cultura de Gramado, viabilizando dessa forma a preservação da nossa História, da nossa Memória e da nossa Identidade Cultural, para que o tempo não apague essas maravilhosas vivências e para que se oportunize às futuras gerações maior conhecimento sobre os nossos antepassados.
O projeto Abrindo o Baú / Edição Festa da Colônia - é realizado entre os dias 10 e 27 de março, na Antiga Casa Colonial, localizada junto ao Complexo da Festa da Colônia no Centro de Eventos da ExpoGramado.
As entrevistas ocorrem de segunda à sexta, às 9h30min, sempre contando com a participação de entrevistados com mais de 60 anos e ainda residentes na zona rural do município.
O público é formado por alunos do Ensino Fundamental das escolas públicas de Gramado, mas são aceitas inscrições de pais e filhos que estiverem interessados em participar do projeto.
Cozinha da Nonna
Uma Viagem na história através da Culinária Típica das nossas colônias
A Subsecretaria de Cultura de Gramado realiza anualmente, durante a Festa da Colônia, um projeto pedagógico que agrega história, tradição e gastronomia.
Trata-se do Cozinha da Nonna, realizado na Antiga Casa Colonial, onde as nonnas ensinam às crianças antigas receitas familiares das localidades rurais do interior de Gramado.
Nonna significa avó em italiano, e ninguém melhor indicado que a avó para ensinar crianças a cozinhar, afinal, é sempre ela que faz aqueles pratos tão especiais que a gente nunca esquece.
A cozinha da Nonna tem por objetivo o resgate histórico das receitas típicas das colônias gramadenses, quando as crianças literalmente "colocam a mão na massa" e participam da confecção das deliciosas iguarias produzidas no nosso meio rural, oriundas de antigos pratos típicos das etnias italiana, alemã e portuguesa, formadoras da nossa identidade cultural.
Entre as receitas ensinadas às crianças durante o projeto, delicias típicas da nossa colônia, como o tradicional bolinho de batata, o grostoli (calça-virada), schmier de Framboesa e doces e compotas.
Além de ensinarem as antigas receitas, as nonnas contam histórias sobre o dia-a-dia na zona rural, os alimentos que faziam e fazem parte da mesa do colono, e a relação entre a horta, a pecuária e a agricultura com o modo de vida dos moradores das nossas colônias.
Após a confecção dos pratos típicos, os alunos degustam o resultado da oficina, confraternizando e compartilhando experiências em volta do fogão à lenha, assim como faziam os nossos antepassados.
O Cozinha da Nonna conta com o apoio da Festa da Colônia de Gramado, Emater e a empresa Famastil Ferramentas, que cede à todas as crianças participantes, um livreto com receitas típicas coloniais, aventais e tocas personalizadas do projeto.
O projeto Cozinha da Nonna é realizado entre os dias 10 e 27 de março, na Antiga Casa Colonial, localizada junto ao Complexo da Festa da Colônia no Centro de Eventos da ExpoGramado.
As oficinas de culinária típica ocorrem de segunda à sexta, às 14h30min, sempre contando com a participação de senhoras moradoras da zona rural do município.
O público é formado por alunos do Ensino Fundamental das escolas públicas de Gramado, mas são aceitas inscrições de pais e filhos que estiverem interessados em participar do projeto.
* OS PROJETOS "ABRINDO O BAÚ" E "COZINHA DA NONNA" SÃO REALIZADOS PELA SUBSECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURA DE GRAMADO, COORDENADOS PELA PROFESSORA DE HISTÓRIA DENISE FOSS, AUXILIADA POR CELOI MOURA *